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PTDC/HIS-HIS/118984/2010 - Redes Comerciais dos Países Pequenos e Neutros antes, durante e depois dos Conflitos Revolucionários e Napoleónicos (1750-1850)

Dados das balanças DO COMÉRCIO

Dos registos de informação das Balanças de Comércio foram recolhidos a designação dos produtos (cerca de 8 mil diferentes, excluindo os registos de leitura ilegível e não passíveis de desagregação, na sua maioria produtos individuais, porém, registam-se igualmente produtos agregados), preços em réis (de exportação Free On Board e os de importação Cost, Insurance and Freigh), quantidades, unidades de medida (cerca de 80) e os valores de exportação e de importação em réis.

As Balanças do Comércio registam as exportações e importações portuguesas com os seus Domínios e as com Nações Estrangeiras. No caso das exportações portuguesas para os seus Domínios as classes são: Drogas, Lanifícios, (inclui matéria-prima e produtos transformados); Linifícios (inclui matéria-prima e produtos transformados), Madeira, Mantimentos, Manufaturas de Algodão (discriminados entre Ingleses e peças de algodão estrangeiros), Metais, Ouro e Prata (nalguns anos surgem separados), Produções da Ásia, Produções das Fábricas do Reino (embora haja outras classes que também incluam outros bens nacionais manufaturados), Sedas (inclui matéria-prima e produtos transformados) e Vários Géneros. As importações portuguesas dos seus Domínios são classificadas: Algodão (inclui matéria-prima e produtos transformados), Courama, Drogas, Géneros Estrangeiros Reexportados do Brasil, Madeira, Mantimentos, Ouro e Prata (para alguns anos surgem separados), Produções da Ásia e Vários Géneros. Quanto às importações portuguesas de Nações Estrangeiras: Algodão (inclui matéria-prima e produtos transformados, por vezes informações acerca de produtos britânicos), Drogas, Lanifícios (inclui matéria-prima e produtos transformados), Linifícios (inclui matéria-prima e produtos transformados), Madeira, Mantimentos, Metais, Sedas e Vários Géneros. A fonte inclui mapas de classes agregados por mercado, que nem sempre coincidem com a soma das classes associadas aos registos por mercado.

As críticas à designação das classes utilizada nas Balanças de Comércio são referidas em estudos académicos (a título de exemplo vide Estudos sobre o Comércio Externo Português Alexandre, V., (1993), Os sentidos do Império. Questão Nacional e Questão Colonial na crise do Antigo Regime Português, Porto, Edições Afrontamento.

As estatísticas de comércio externo português registam informação por mercado externo (Alemanha, Áustria, Barbária, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, França, Hamburgo, Inglaterra, Itália, Holanda, Malta, Ostende, Países Baixos, Prússia, Rússia e Suécia) e por mercado do Império Português: África (Angola, Cabo Verde, Guiné e Moçambique); Ásia (Índia, Batávia e Macau); Brasil; Açores e Madeira. Indicam também a que região administrativa o comércio era associado (Algarve, Aveiro, Caminha, Figueira da Foz, Lisboa, Porto, Setúbal, Viana do Castelo e Vila do Conde, Alentejo, Beira, Minho e Trás-os-Montes). Estas últimas quatro regiões foram agrupadas numa única região a partir de 1799, sob a designação de Províncias. Finalmente, a origem geográfica das importações e exportações portuguesas com os Domínios eram também especificadas. Tal como para as importações das Nações Estrangeiras, é possível identificar o mercado do qual os produtos eram importados. Relativamente às exportações para Nações Estrangeiras, é possível identificar as suas origens: o Império Português (África, Ásia, Brasil, Ilhas Atlânticas, ou Reino) ou então reexportações (fora do Reino reexportados).